Na manhã desta terça-feira, o Conselho Federal de Medicina participou de uma audiência pública na Câmara dos Deputados para discutir a qualidade dos cursos de medicina e a implementação de um exame de proficiência como requisito para o exercício da profissão no Brasil. O debate foi realizado pela Comissão de Saúde e contou com a presença de representantes de diversas instituições públicas, entidades médicas e organizações de ensino, sob a presidência dos deputados Rafael Simões (UNIÃO-MG) e Ana Pimentel (PT-MG).
O conselheiro federal do CFM pelo estado do Paraná, Alcindo Cerci Neto, parabenizou a Comissão pela iniciativa e destacou a importância da qualificação dos profissionais de saúde. Ele ressaltou a necessidade de avaliar a formação dos médicos que ingressam no mercado de trabalho, a fim de garantir um atendimento de qualidade à população e evitar problemas de saúde pública.
Ao citar a atuação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na garantia da qualidade dos advogados, Cerci Neto questionou se o CFM não deveria adotar medidas semelhantes para proteger a vida dos brasileiros, avaliando os médicos antes de permitir que exerçam a profissão.
O conselheiro ressaltou que a prova do ENADE é a principal ferramenta utilizada atualmente para avaliar a qualidade do ensino superior no país e alertou para os resultados preocupantes obtidos na área da medicina. Ele destacou que cursos mal avaliados têm formado profissionais sem a preparação adequada para atuar, o que representa um risco para a saúde dos pacientes.
Cerci Neto enfatizou que a expansão do número de cursos de medicina nos últimos anos, sem a devida infraestrutura e qualidade na formação prática, tem comprometido a qualificação dos profissionais recém-formados. Ele ressaltou a importância de estágios em ambientes adequados e de apoio docente qualificado para a formação dos médicos.
O conselheiro alertou para as consequências diretas da falta de preparo dos médicos, como reclamações de profissionais que se formam sem experiências essenciais, o que impacta diretamente no atendimento à população. Ele defendeu a implementação do exame nacional de proficiência em medicina como uma medida urgente para garantir que os médicos tenham as competências mínimas necessárias para exercer a profissão e assegurar a segurança dos pacientes.
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