Dando continuidade à programação do segundo dia do XV Fórum Nacional de Ensino Médico, especialistas se reuniram para discutir a expansão da residência médica no país. Com o tema "Residência Médica: Qualidade versus Quantidade", o encontro abordou os desafios da ampliação das vagas, a qualidade da preceptoria e os desafios enfrentados na formação e inserção dos médicos no mercado de trabalho.

O debate foi moderado por José Roberto de Souza Baratella e contou com a participação de Rodrigo Cariri Charlerge de Almeida, Rosana Leite Melo e Fernando Sabia Tallo, representantes de entidades ligadas à educação médica. A mesa também teve a participação de Lucas Henrique Rinaldi Faidiga, presidente da Associação Nacional de Médicos Residentes (ANMR).

Rodrigo Cariri destacou a importância de um sistema nacional de avaliação das residências médicas para garantir a qualidade dos programas, mesmo com o aumento do número de vagas. Ele ressaltou a necessidade de corrigir distorções no sistema, como a participação crescente da iniciativa privada e a má distribuição das vagas pelo país.

Rosana Leite Melo enfatizou que a residência médica deve ser vista como uma especialização e não apenas como uma continuação da graduação. Ela defendeu a valorização dos preceptores e a importância da avaliação contínua dos residentes e supervisores.

Já Fernando Sabia Tallo alertou para os impactos negativos da expansão desenfreada do ensino médico no Brasil, apontando a criação de uma "subclasse médica" com médicos generalistas sem a devida prática. Ele defendeu a necessidade de dados confiáveis sobre a formação médica e a atuação da Comissão Nacional de Residência Médica na supervisão técnica.