Como parte do I Fórum sobre Inteligência Artificial, o Conselho Federal de Medicina (CFM) organizou a mesa de debates "Letramento em IA e o futuro do trabalho na saúde". O debate foi mediado por Gláucio Nóbrega, médico especialista em IA, e secretariado por Graziela Schmitz Bonin, conselheira federal de Santa Catarina.

Gláucio Nóbrega ressaltou a relevância da saúde e da medicina na geração de dados para a Inteligência Artificial. Ele enfatizou que a saúde contribui com um terço dos dados existentes atualmente, sendo 90% desses dados produzidos nos últimos dois anos. O médico destacou a importância de utilizar a IA em benefício da saúde da população brasileira.

A primeira palestra abordou os fundamentos da Inteligência Artificial e a construção de raciocínio com a IA generativa. O palestrante, Chao Wen, explicou que a IA generativa permite criar algo novo a partir de resultados, explorar ideias complexas, gerar textos e códigos, apoiar o pensamento crítico e simular cenários.

O professor incentivou o uso da IA generativa na medicina, destacando a importância de utilizá-la corretamente. Ele enfatizou que a IA pode ser uma aliada para melhorar o raciocínio crítico dos médicos, sem substituir suas ideias. Wen ressaltou que quem domina o pensamento crítico domina a IA.

A segunda apresentação discutiu o futuro do trabalho médico na era da Inteligência Artificial, conduzida por Francisco Chagas Neto, médico especialista em Machine Learning. Ele destacou que a IA pode ampliar os sentidos dos médicos e ajudar a resolver problemas, tornando visível o que antes era invisível.

Francisco refletiu sobre os impactos da IA no mercado médico, alertando para a importância da empatia e do contato humano com os pacientes. Ele ressaltou que a IA pode automatizar processos, mas não substituirá o valor humano na medicina.

O conferencista mencionou as ameaças trazidas pela IA, como a alienação médica e o desemprego tecnológico. Ele enfatizou a importância do pensamento crítico para os médicos analisarem corretamente as informações. Francisco Chagas alertou que a IA pode levar a uma reconfiguração das carreiras médicas, exigindo uma adaptação dos profissionais às novas tecnologias.