O Brasil deve registrar cerca de 40 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço este ano, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Em julho, a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) liderará uma campanha de conscientização, prevenção e combate a esse tipo de tumor maligno que afeta regiões como boca, orofaringe, laringe, nariz, entre outras.
A ação, apoiada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), visa informar a população sobre a importância da prevenção e dos cuidados necessários para combater a doença. Apesar do alto número de casos, as chances de cura podem chegar a 90% com diagnóstico e tratamento precoces. No entanto, 80% dos diagnósticos no Brasil ocorrem em estágios avançados, conforme estudo do Inca publicado na revista The Lancet Regional Health Americas.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) também apoia a campanha, destacando a importância de medidas como parar de fumar e reduzir o consumo de álcool para prevenir a maioria dos cânceres de boca, faringe e laringe. Ações como manter uma alimentação saudável, praticar atividade física, cuidar da higiene bucal e evitar o consumo excessivo de álcool e tabaco são recomendadas para prevenir a doença.
A campanha ressalta a necessidade de facilitar o acesso a consultas e exames especializados para um diagnóstico precoce, enfatizando a importância do tratamento imediato. Informações sobre fatores de risco, sintomas e formas de manifestação da doença também são divulgadas para conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce.
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Estudos mostraram um aumento no risco de câncer de pele não melanoma em pacientes que fazem uso de terapias anti-fator de necrose tumoral, levando os médicos a avaliar o uso desses medicamentos em pacientes com risco de câncer de pele. Pesquisas anteriores não foram conclusivas em relação à ligação entre a terapia biológica para artrite reumatoide (AR) e malignidade da pele, embora a AR seja um fator de risco estabelecido para câncer de pele. Os resultados de um estudo de coorte retrospectivo de pacientes com AR foram apresentados em uma conferência anual de reumatologia. Entre os pacientes com AR, a incidência de câncer de pele não melanoma foi maior naqueles tratados com anti-TNFs em comparação com os que não receberam esse tipo de tratamento. Um segundo estudo confirmou esses achados, mostrando um aumento de 70% no risco de câncer de pele não melanoma em pacientes tratados com anti-TNFs em comparação com aqueles tratados com terapias não biológicas. Os pesquisadores ressaltaram a importância da vigilância em pacientes com fatores de risco para câncer de pele.
Recentemente, no Dana-Farber/Brigham and Women’s Cancer Center em Boston, uma mulher com melanoma metastático teve uma resposta surpreendente à imunoterapia, ficando quase livre do câncer em 12 semanas. Apesar de desenvolver uma erupção cutânea, foi diagnosticada com psoríase relacionada ao tratamento, não representando risco de vida. A dermatologista Nicole LeBoeuf destacou a importância da oncodermatologia de suporte, uma nova subespecialidade emergente na dermatologia, devido aos efeitos colaterais cutâneos causados por imunoterapias e biológicos direcionados. Com o avanço dos tratamentos oncológicos, surgiram efeitos colaterais cutâneos inéditos, exigindo a presença de dermatologistas para gerenciá-los e decidir sobre a continuidade do tratamento. Atualmente, nos EUA, poucos serviços dedicados de oncodermatologia de suporte estão disponíveis, mas a tendência é que se tornem mais comuns em centros oncológicos em todo o país. A Dra. LeBoeuf, pioneira nessa área, ressalta a necessidade urgente da participação de dermatologistas no cuidado de pacientes com câncer. Os novos tratamentos tornaram o câncer menos letal em alguns casos, porém, muitos deles afetam a pele, causando problemas. Imunoterapias como pembrolizumab e nivolumab, que estimulam o sistema imunológico para combater o câncer, também podem desencadear eventos adversos semelhantes a doenças autoimunes, como lúpus e psoríase. Já as terapias-alvo interferem em moléculas específicas necessárias para o crescimento tumoral, mas estão associadas a diversos efeitos colaterais cutâneos. Agentes que visam fatores de crescimento vascular, como sorafenibe e bevacizumabe, podem causar reações cutâneas dolorosas. A oncodermatologia surge como uma área essencial para lidar com essas complexidades no tratamento do câncer.