Um grupo de especialistas publicou diretrizes baseadas em evidências sobre a reconstrução após a ressecção de câncer de pele, abordando questões específicas relacionadas ao fechamento cutâneo que requer retalho, enxerto ou rearranjo de tecidos.
O desenvolvimento das diretrizes envolveu a seleção de sete questões clínicas a serem abordadas, com o objetivo de encontrar consenso por meio de pesquisas literárias, avaliação das evidências, classificação de recomendações, revisão por pares e comentários públicos.
As recomendações abrangentes foram consideradas adequadas por especialistas, embora enfatizem a necessidade de estudos clínicos que forneçam respostas definitivas para algumas questões levantadas.
O processo de desenvolvimento das diretrizes contou com o apoio de diversos grupos representados, e os principais autores não relataram conflitos de interesse relevantes.
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Estudos mostraram um aumento no risco de câncer de pele não melanoma em pacientes que fazem uso de terapias anti-fator de necrose tumoral, levando os médicos a avaliar o uso desses medicamentos em pacientes com risco de câncer de pele. Pesquisas anteriores não foram conclusivas em relação à ligação entre a terapia biológica para artrite reumatoide (AR) e malignidade da pele, embora a AR seja um fator de risco estabelecido para câncer de pele. Os resultados de um estudo de coorte retrospectivo de pacientes com AR foram apresentados em uma conferência anual de reumatologia. Entre os pacientes com AR, a incidência de câncer de pele não melanoma foi maior naqueles tratados com anti-TNFs em comparação com os que não receberam esse tipo de tratamento. Um segundo estudo confirmou esses achados, mostrando um aumento de 70% no risco de câncer de pele não melanoma em pacientes tratados com anti-TNFs em comparação com aqueles tratados com terapias não biológicas. Os pesquisadores ressaltaram a importância da vigilância em pacientes com fatores de risco para câncer de pele.
Recentemente, no Dana-Farber/Brigham and Women’s Cancer Center em Boston, uma mulher com melanoma metastático teve uma resposta surpreendente à imunoterapia, ficando quase livre do câncer em 12 semanas. Apesar de desenvolver uma erupção cutânea, foi diagnosticada com psoríase relacionada ao tratamento, não representando risco de vida. A dermatologista Nicole LeBoeuf destacou a importância da oncodermatologia de suporte, uma nova subespecialidade emergente na dermatologia, devido aos efeitos colaterais cutâneos causados por imunoterapias e biológicos direcionados. Com o avanço dos tratamentos oncológicos, surgiram efeitos colaterais cutâneos inéditos, exigindo a presença de dermatologistas para gerenciá-los e decidir sobre a continuidade do tratamento. Atualmente, nos EUA, poucos serviços dedicados de oncodermatologia de suporte estão disponíveis, mas a tendência é que se tornem mais comuns em centros oncológicos em todo o país. A Dra. LeBoeuf, pioneira nessa área, ressalta a necessidade urgente da participação de dermatologistas no cuidado de pacientes com câncer. Os novos tratamentos tornaram o câncer menos letal em alguns casos, porém, muitos deles afetam a pele, causando problemas. Imunoterapias como pembrolizumab e nivolumab, que estimulam o sistema imunológico para combater o câncer, também podem desencadear eventos adversos semelhantes a doenças autoimunes, como lúpus e psoríase. Já as terapias-alvo interferem em moléculas específicas necessárias para o crescimento tumoral, mas estão associadas a diversos efeitos colaterais cutâneos. Agentes que visam fatores de crescimento vascular, como sorafenibe e bevacizumabe, podem causar reações cutâneas dolorosas. A oncodermatologia surge como uma área essencial para lidar com essas complexidades no tratamento do câncer.
Um diagnóstico de metástases cutâneas de carcinoma de células escamosas moderadamente diferenciado foi realizado em uma paciente. O exame citodiagnóstico de Tzanck foi interpretado inicialmente como um efeito citopático viral, levando ao tratamento com aciclovir intravenoso. A biópsia mostrou um infiltrado denso no derme médio e profundo formado por células escamosas atípicas com núcleos aumentados, nucléolos evidentes, mitoses atípicas e células multinucleadas. O curso clínico subsequente foi desfavorável, resultando na morte da paciente por choque séptico durante a hospitalização. Metástases cutâneas são raras e podem se apresentar de diversas formas, como nódulos, placas purpúricas e lesões semelhantes a zoster. Um caso de metástases imitando infecção primária pelo vírus varicela-zoster foi relatado, mas o padrão zosteriforme deste caso é único. Diversas teorias foram propostas para explicar o mecanismo patogênico da disseminação zosteriforme, incluindo danos neurais causados por herpesvírus e invasão de vasos linfáticos perineurais. Outras explicações incluem invasão direta de estruturas mais profundas ou implantação cirúrgica de células neoplásicas.